Secretaria de Agricultura de SP reorganiza Câmara de Produtos Florestais


A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo reorganizou a Câmara Setorial de Produtos Florestais, com o objetivo de fortalecer o segmento, que perdeu espaço, frente a outros segmentos da agropecuária paulista. A Câmara terá atribuições, como: integrar os diversos agentes da cadeia produtiva; propor o desenvolvimento de políticas públicas; além de receber reivindicações e encaminhar sugestões da comunidade técnica, acadêmica, produtiva, industrial e comercial, inclusive trabalhadores e consumidores.

De acordo com o secretário geral das Câmaras Setoriais vinculadas à Secretaria de Agricultura, Alberto Pereira Gomes Amorim, a reorganização foi importante para estimular a participação da indústria de papel e celulose na Câmara Setorial. 'É preciso trazê-los para perto, a discussão perde qualidade quando se fala somente com um segmento da cadeia', destacou. A resolução será publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo amanhã, dia 29 de março de 2016.

Das trinta CS existentes, 23 estão ativas. Dentre elas, as de Trigo, Amendoim, Carne Bovina, Leite e Derivados, Produtos Florestais e Heveicultura são as mais ativas. Na Câmara de Produtos Florestais, 'existe um grupo de trabalho muito ativo que trabalha com a produção de carvão. Um produto de ótima qualidade, com Selo Verde, que garante que 100% da mão de obra é legalmente contratada e utiliza madeira de reflorestamento ou resíduos do produto tratado', explica Amorim.

Além deste, integram a Câmara Setorial, o grupo que trabalha com madeira para produção de móveis, construção, desenvolvimento de estruturas, forração e revestimento, utilizando desde madeira maciça até processados, e os que lidam com a produção de celulose e resinas e madeiras para uso náutico.

Ocupando a quarta posição no ranking do valor da produção agropecuária, de acordo com a estimativa preliminar do ano de 2015, calculado pela Secretaria de Agricultura, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA), os produtos florestais, mais especificamente as madeiras de eucalipto e pinus, renderam mais de R$ 2,498 bilhões, o que demonstra o potencial do segmento para a economia paulista. No entanto, 'o valor bruto da produção florestal vem recuando nos últimos anos, o que demonstra perda de vitalidade do setor frente a outros segmentos da agropecuária paulista', afirmou pesquisador da Pasta, que atua no IEA, Eduardo Pires Castanho Filho.

De acordo com o Secretário Arnaldo Jardim, a Pasta tem buscado elaborar políticas públicas que ajudem a recomposição do setor. 'Em 2013, o Estado de São Paulo registrou mais de 6 milhões de hectares com algum grau de degradação. Para solucionar o problema, foi lançado o Programa Integra São Paulo, visando a implementação do Sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). Além de gerar emprego e renda, os produtos florestais estão em simbiose com as questões ambientais e são importantes para a conservação dos ecossistemas. Nós estamos atuando para criar uma Agricultura em sintonia com o Meio Ambiente, seguindo as orientações do governador Geraldo Alckmin', disse.

Com a realização da COP-21, em 2015, em Paris, outro aspecto, nem sempre ser levado em conta quando aferimos a relevância do setor, passou a ocupar lugar de destaque: a importância das florestas para o controle das mudanças climáticas. 'É possível perceber seu significado no cálculo do valor da produção. Mas, existem outros serviços com a captura de carbono, a produção de água, a polinização das culturas, etc. que são imensuráveis e a natureza nos dá graciosamente', lembrou o pesquisador.

Para harmonizar as demandas provenientes do setor produtivo com as atribuições da Pasta, Arnaldo Jardim reinstalou as Comissões Técnicas (CT), que são órgãos consultivos formados por integrantes das diversas áreas da Secretaria, com formação ou vivências no segmento. A CT de Produtos Florestais é composta por pesquisadores que atuam nos Institutos de Pesquisa da Agencia Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e técnicos das Coordenadorias de Assistência Técnica Integral (Cati), de Defesa Agropecuária (CDA) e de desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro). 'As duas visões: a técnica e a do setor produtivo é que vão resultar nas decisões da Secretaria', afirmou José Luiz Fontes, dirigente da Assessoria Técnica.

A Câmara Setorial de Produtos Florestais será composta por agentes e atores econômicos e técnico-científicos. Para o presente mandato, foram indicados os seguintes componentes: Laércio Couto, presidente, pela Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura (Sbag); José Alberto Mangas Pereira Catarino, representando a Federação das Associações de Recuperação Florestal do Estado de São Paulo (Faresp); Amantino Ramos de Freitas, da Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS); Décio Hungria Lobo, pela Associação Paulista de Engenheiros Florestais (Apaef); Eduardo Monteiro Fagundes, da Associação dos Resinadores do Brasil (Aresb); Lauro Pedro Jacintho Paes, pela Cooperativa de Trabalho dos Profissionais em Ciências Agrárias (Coota); Percy Putz, da Borrachas Planalto Indústria e Comércio (BP); Arnaldo José Pieralini, pelo Sindicato do Comércio Varejista de Carvão Vegetal e Lenha noEstado de São Paulo (Sincal); Ralfk Hussein Saab, pelo Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Estado de São Paulo (Sindmasp); José Otávio Brito, do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef), representando as instituições de ensino e pesquisa; Kallas Mariano Fonseca, pela Prefeitura Municipal de Itapirapuã Paulista Araci Kamiyama, da Coordenadoria de biodiversidade e Recursos Naturais da Secretaria do Meio Ambiente (CBRN-SMA).

Fonte: Redação - Agência IN

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